Serviços de saúde, lazer, atividades esportivas e de cidadania marcaram o Dia Nacional de Luta Antimanicomial em Alagoas. O evento, que ocorreu no dia 18 de Maio, no Clube da Petrobrás, em Maceió, foi promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (SESAU), e contou com cerca de 1.200 usuários dos 47 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs).
O Dia Nacional de Luta Antimanicomial foi instituído em 18 de Maio por ser a data da fundação do Hospital do Juquery, situado em Franco da Rocha, em São Paulo. Ele representou o maior símbolo do processo de isolamento social do ser humano com tratamento degradante, segregando o paciente do seu meio social, conforme especifica a Lei Federal 10.216, que trata sobre o assunto.
Por isso, a data passou a ser celebrada em razão da luta contra os manicômios e representa a oportunidade para reafirmar o compromisso com a causa Antimanicomial, segundo o gerente do Núcleo de Saúde Mental da SESAU, psicólogo Berto Gonçalo. [i]"Também comemorarmos a implantação de serviços substitutivos, a exemplo dos 47 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) existentes em Alagoas. Neles, os usuários realizam atividades culturais, esportivas, cursos de capacitação e têm acompanhamento psiquiátrico"[/i], enumerou.
A Coordenadora Municipal de Saúde Mental de Maceió, psicóloga Izolda Dias (CRP-15/0148), falou sobre o movimento de Luta Antimanicomial no País. [i]“Foram muitos anos de luta para uma melhor atenção e proteção aos direitos de pessoas com transtornos mentais. Muitos desafios temos pela frente, procurando ampliar e consolidar as redes substitutivas e territoriais, garantindo, assim, o direito das pessoas com transtornos mentais e com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas”[/i], explicou a coordenadora.
[n]Comprovação[/n] – Realidade comprovada pelo usuário do Caps de Murici, Pedro Batista, 62 anos, que é portador de transtornos mentais há 20 anos e participou de diversas ações no Clube da Petrobrás. De acordo com ele, desde que passou a frequentar o Centro de Atenção Psicossocial, deixou de se internar nos hospitais psiquiátricos de Maceió.
[i]"Desde que criaram o Caps de Murici, minha vida mudou pra melhor. Lá eu vivo em harmonia com todo mundo, brinco, me divirto, assisto palestras e me medico. No fim do dia volto para casa feliz e volto a conviver com os meus oito filhos e minha esposa"[/i], relatou, revelando que tomou o primeiro banho de piscina de sua vida.
E na concepção da superintendente de Gestão da Participação Social, Silvana Torres, que representou o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Toledo, o Dia Nacional de Luta Antimanicomial é importante para sociabilizar os portadores de transtornos mentais, integrando-os à sociedade. [i]"Além de atividades culturais e recreativas, a exemplo de banhos de piscina e de mar, os usuários participaram de oficinas de pintura e maquiagem, da abertura da II Copa Caps de Futebol Society e puderam refletir sobre o processo de Luta Antimanicomial"[/i], frisou.
Durante todo dia os usuários dos Caps participaram de aulas de ginástica, biodança, além de receberem informações sobre saúde bucal e doenças sexualmente transmissíveis. [i]"Além de pintar, que gosto muito eu aprendi no Caps. Também sou usuária do Infocaps, onde aprendi a teclar na Internet"[/i], relatou a usuária do Caps de Delmiro Gouveia, Gislene Ferreira.
O Dia Nacional de Luta Antimanicomial contou com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Serviço Social do Comércio (Sesc). Os três órgãos atuaram no suporte e atendimentos aos usuários dos Caps e no desenvolvimento de atividades de recreação.
[n]Fonte:[/n] [i]Ascom / Saúde[/i]