A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia (15ª Região) vem, através desta nota, expressar apoio à luta das Lésbicas, dos Gays, das(os) Bissexuais, das Travestis e das(os) Transexuais, além de reiterar o compromisso com a garantia pelos direitos humanos e, sobretudo, o respeito à diversidade sexual e de gênero, com o propósito de promover a conscientização do direito à vida sem violência.
Em 17 de maio celebra-se o “Dia Internacional de Luta Contra à LGBTfobia”. A data foi escolhida como forma de lembrar a conquista da despatologização das homossexualidades, em 17 de maio de 1990. Nesta data, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou a retirada da homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID), declarando que ela “não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”.
No entanto, a despatologização não significou o fim das violências que Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais enfrentam cotidianamente na sociedade. Sendo assim, esta data visa conscientizar a população em geral sobre a luta contra o preconceito e a discriminação sofrida por LGBTs.
Entende-se por LGBTfobia a intolerância em virtude da orientação sexual e da expressão e/ou identidade de gênero da pessoa. E aí se caracteriza um conjunto de emoções negativas (tais como aversão, desprezo, ódio, etc.) em relação a pessoas LGBTs. E isso desencadeia uma sequência de violências sofridas por essa população. Estas/es sujeitas/os são expulsas/os dos seus lares por seus familiares, são vítimas de bullying nas escolas, são preteridas/os em vagas de emprego (principalmente pessoas trans), etc; além de apresentarem consequências em termos de saúde mental, como o surgimento de comportamentos depressivos, ansiógenos, autolesivos, ideações e tentativas de suicídio, quadros que indicam sofrimentos psíquicos, cuja origem está nos episódios de violência vivenciados.
Também é importante que se fale no extermínio que a população LGBT vem sofrendo. De acordo com o Relatório do Grupo Gay da Bahia (GGB) em 2017 houve um total de 387 assassinatos e 58 suicídios no país. A cada 19 horas um(a) LGBT é barbaramente assassinado(a) ou se suicida, vítima da “LGBTfobia”. O Brasil lidera esse ranking.
Nesse sentido, o CRP-15 reafirma seu compromisso social e político no enfrentamento à LGBTfobia e enquanto entidade representativa da categoria de Psicólogas(os), busca apoiar a diversidade sexual e as expressões e identidades de gênero como possibilidades da existência humana, e não como transtornos mentais, perversão, desvios e/ou inadequações.