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Auxílio psicológico é fundamental no tratamento hospitalar de pacientes


Com passos delicados, Maria Rejane Tenório de Lima (CRP-15/1746), psicóloga no maior hospital público estadual, caminha pelos corredores do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) para prestar assistência a um dos pacientes da área. Ela conta que prestar assistência psicológica em um hospital, como o Hospital Geral do Estado (HGE), requer versatilidade e comprometimento, pois, além de lidarem com as pessoas doentes, familiares e acompanhantes, os psicólogos dirigem a reabilitação do paciente de acordo com sua nova condição de vida.

“Os pacientes queimados, por exemplo, têm a vida mudada radicalmente. Eles vivenciam muito sofrimento físico, devido às queimaduras e os vários procedimentos realizados. Além disso, após a cicatrização, a nova imagem corporal pode afetar o psicológico deles. Buscamos meios para que o paciente encontre formas para enfrentar a situação e lidar com seu novo contexto de vida, que envolve, muitas vezes, tratamento constante e limitações”, relatou.

Segundo a profissional, os psicólogos hospitalares atuam como intérpretes das demandas do paciente, da família e da equipe profissional. Atuando como facilitador do diálogo e dispensando apoio psicológico à família, assim como esclarecendo suas dúvidas. “Nosso principal instrumento é a escuta. Através dela, possibilitamos ao paciente enfrentar as mudanças decorrentes do adoecimento e auxiliar no sofrimento psíquico frente à hospitalização”, explicou Rejane Lima.

O Serviço de Psicologia do HGE atua prestando atendimento psicológico individual ou em grupo aos pacientes, familiares e acompanhantes admitidos nas diversas áreas do hospital, assim como realizando encaminhamentos para outras unidades de saúde.

A coordenadora do Serviço, psicóloga Tasmânia Quintela de Medeiros Silva (CRP-15/1062), observou que o trabalho desempenhado pelos psicólogos acontece nos aspectos relacionados ao processo de adoecimento e hospitalização, humanizando o ambiente físico, facilitando e garantindo a comunicação efetiva entre o paciente, a família e a equipe de profissionais.

“A intervenção junto ao paciente é no sentido de fortalecer a sua autoestima; criando oportunidades para que ele possa retomar seu equilíbrio psíquico, contribuindo com o tratamento, e, desta forma, para a melhora da rotina assistencial. O acolhimento acontece desde a prevenção até a reabilitação”, revela.

Segundo Tasmânia Quintela, a assistência do psicólogo junto à família do paciente se dá no seu acolhimento e na conscientização da sua importância como componente de facilitação do tratamento. “O atendimento psicológico é estendido aos familiares, porque nesse momento eles também demandam um cuidado psicológico, em função da desorganização provocada pela vivência da doença e hospitalização”, contou a psicóloga.

De acordo com ela, a situação de adoecimento pode adquirir um caráter ameaçador, que muitas vezes, vêm a exacerbar conflitos pré-existentes, desencadeando reações psicológicas que podem contribuir de maneira significativa para o agravamento do quadro clínico do paciente.

O profissional realiza grupo de orientação e profilaxia com familiares e visitantes, antes das visitas diárias aos pacientes internados nas UTIs (Geral e Pediátrica), Unidade da Dor Torácica (UDT) e Centro de Tratamento aos Queimados, oferecendo suporte ao paciente e familiares, diante do enfrentamento da dor e sofrimento num ambiente diferenciado. A Psicologia também desenvolve um trabalho junto à criança hospitalizada, visando expressão de seus sentimentos através de técnicas projetivas e atividades lúdicas.

Junto à equipe, o psicólogo atua como incentivador no estabelecimento do vínculo com o paciente onde possa haver confiança para as intervenções médicas necessárias. O profissional também se faz presente em ações de acompanhamento e ensino da prática aos acadêmicos da área.

Fonte: Ascom / Sesau
Foto: Ascom / HGE