O Conselho Regional de Psicologia de Alagoas (CRP-15) participou do I Seminário sobre Dependência Química de Clínicas Involuntárias, a convite do Fórum Permanente de Combate às Drogas, de Alagoas. O evento, que aconteceu no auditório da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (ESMAL), teve como objetivo informar e debater aos profissionais e a comunidade em geral, sobre a temática da dependência química e os seus obstáculos, avanços e desafios da assistência aos usuários de substâncias psicoativas.
A palestra de abertura contou com o renomado conferencista paulista, Ronaldo Laranjeira, médico psiquiatra, doutor em DQ, autor de vários livros e um dos maiores especialistas do Brasil no assunto. O palestrante abordou temas como o “Projeto Recomeço”, implantado em São Paulo; indicação de tratamento involuntário; legalidade, meios para internamento involuntário e mecanismo de abordagem terapêutica.
Em seguida, aconteceu uma mesa cientifica com as participações do médico Urânio Paiva, da Clinica Árvore da Vida, representando o Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal); do conselheiro presidente do CRP-15, psicólogo Félix Vilanova (CRP-15/0160); do defensor Sidney Adamastor, representando o Poder Judiciário; do consultor terapêutico de Minas Gerais, Clóvis Benevides; do médico Everaldo Moreira, fundador dos Caps em Alagoas e do ACORDE, representando a sociedade civil e do palestrante convidado.
Em sua fala, o presidente do CRP-15, Félix Vilanova, parabenizou à organização pela iniciativa do evento, e relatou dizendo que as temáticas sobre internação e dependência química não se esgotam nunca. A complexidade para o tratamento é duradoura, e os resultados não vão acontecer de uma hora para outra. “Aqueles que trabalham com a questão 24 horas e os 7 dias na semana, sabem muito bem o sofrimento, e nós acompanhamos muitas vezes; como também, outros profissionais de outras áreas, que são parceiros nesta luta. E sabemos que o resultado não aparece de imediato. Não é fácil! Essa é uma construção que vai depender muito não só dos profissionais envolvidos, mas dos gestores públicos e, principalmente, dos familiares, que são os que mais sofrem com a problemática da dependência química, que precisam se trabalharem psicologicamente para saberem lidar com esta situação. A iniciativa também é de Estado. Tem que se cobrar das autoridades, sejam ela municipal e/ou estadual, das suas responsabilidades, já que é uma questão de saúde pública”, pontuou, afirmando que é inadmissível hoje ter apenas 1 (um) CAPS AD III (Álcool e Drogas) na capital, onde deveriam existir em Maceió no mínimo 5 (cinco) CAPS III (para cada 200 mil/hab, segundo o Ministério da Saúde). “Essa luta é constante! Por isso que temos a obrigação de lutar pela implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) em Maceió e no Estado”, finalizou.
Após as falas da mesa, aconteceu o debate, envolvendo o público presente e os debatedores. Além da presença do conselheiro presidente do CRP-15, Félix Vilanova (CRP-15/0160), o evento contou com a participação da conselheira secretária do CRP-15, Suely Souza Xisto (CRP-15/3007). Estavam também presentes no Seminário, representantes da saúde mental, da assistência social, psicólogos, clinicas de reabilitação, comunidades acolhedoras, e outras categorias interessadas no assunto.
Fotos: Marcelino Freitas / ASCOM CRP-15 (MAIS FOTOS)